quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Simulação de CLP com LogixPro - Desafio 2

Boa Noite Pessoal,

        Conforme descrito no post anterior, segue o segundo desafio do LogixPro, o Silo Simulator:



Exercício 1 - Modo Contínuo

Projetar um Ladder para um sistema de controle que automaticamente enche as caixas que estão continuamente seqüenciadas ao longo do transportador. Assegurar que os seguintes detalhes também serão atendidos:
  • A operação pode ser interrompida e reiniciada a qualquer momento usando o botão Stop e Start no painel.
  • A luz RUN permanecerá acesa enquanto o sistema está operando automaticamente.
  • O luz RUN, motor da correia transportadora e solenóide serão desenergizados sempre que o sistema é interrompido através do botão STOP.
  • A luz FILL acenderá enquanto a caixa está enchendo.
  • A luz FULL acenderá quando a caixa estiver cheia e vai permanecer assim até que a caixa ultrapasse o sensor de proximidade.
Exercício 2 - Modo Reinício Manual

Alterar ou reescrever o seu programa para que ele incorpore as seguintes funcionalidades:
  •  Pare o transportador quando a borda direita da caixa é detectada pelo sensor de proximidade.
  • Com a caixa na posição onde a esteira parou, abrir a válvula solenóide e deixe a caixa encher.  O preenchimento deve interrompido quando o sensor de nível for atuado.
  • A luz FILL será acenderá quando a caixa estiver enchendo.
  • A luz FULL ecenderá quando a caixa estiver cheia e vai permanecer assim até que a caixa ultrapasse o sensor de proximidade.
  • Depois que a caixa está cheia, pressionando momentaneamente o botão START irá mover a caixa para fora da esteira e trazer uma nova caixa para a posição.
Exercício 3 - Modo de Operação Seletiva


Alterar ou reescrever o seu programa para que o seletor (A, B, C) possa ser utilizado para selecionar um dos três diferentes modos de operação. Os 3 modos funcionarão da seguinte forma:
  • Quando o selector está na posição "A", o sistema deve operar no modo "Contínuo" de operação. Este é o modo de operação que foi usado no Exercício 1.
  • Quando o selector está na posição "B", o sistema deve operar no modo "Reinício Manual". Este é o modo de operação que foi usado no Exercício 2.
  • Quando o selector está na posição "C", o sistema deve operar no modo "Bypass". Neste modo, as caixas de simplesmente correm pela esteira de forma contínua, ignorando a operação de preenchimento. Como em outros modos, os botões de START e STOP irão controlar o movimento da esteira e a Lâmpada RUN.
Soluções:


Solução 1: Nessa solução não me preocupei com a organização, nem com o bom entendimento do programa. Consegui fazer o exercício 3 em apenas 4 linhas, porém a compreensão é difícil.

Download

Solução 2: Nessa solução utilizei sub-rotinas assim como programamos na indústria, estruturando o programa para maior entendimento, facilitar a manutenção e implementação de novas funcionalidades. Com o avanço dos controladores a memória de programa deixou de ser um problema, permitindo tais vantagens.

Sub-rotinas utilizadas:

Espelho de Entrada: Nesta sub-rotina as entradas físicas são transferidas para variáveis internas efetuarem as lógicas necessárias.

Modo Contínuo: Sub-rotina da lógica do modo contínuo.

Modo Reinício Manual: Sub-rotina da lógica do modo reinício manual.

Modo Bypass: Sub-rotina da lógica do modo bypass.

 Lâmpadas: Sub-rotina da lógica de acendimento das lâmpadas.

Espelho de Saída: Nesta sub-rotina as variáveis internas são transferidas para saídas físicas, acionando motores, solenóides e lâmpadas.

Download

Solução 3: Arquivo fonte do desafio 2 enviado pelo Tiago Santos. Obrigado mais uma vez pela contribuição Tiago!

Download

        Bom pessoal, por enquanto é só, e até o próximo desafio, o Traffic Simulator. Sugestões, críticas, elogios, enviar sua solução? Envie um comentário.

domingo, 16 de outubro de 2011

Simulação de CLP com LogixPro - Desafio 1

Bom dia pessoal,

        Esses dias estava dando uma organizada no meu PC e encontrei um software muito bacana que utilizei na faculdade chamado LogixPro. Esse software simula uma CPU CLP SLC500 da Rockwell propondo alguns desafios com direiro a telas de supervisório. Nele encontramos desde simples desafios até os mais complexos. Meu objetivo aqui no blog é resolver todos os desafios do software e postar como que foi resolvido. Bem, para os que se interessarem em resolver os desafios e trocar informações segue abaixo um guia de instalação que achei no youtube.


Desafio Nº 1

         Após abrir o software clique no menu Simulations -> Door Simulator. Vocês irão visualizar a tela abaixo:


        O software é dividido basicamente em 3 partes:

  1. Áreas de contatos, temporizadores, comparadores, etc.
  2. Área da animação (supervisório).
  3. Área de programação em Ladder.
        O objetivo dessa primeira simulação é o seguinte:
  • Ao clicar no botão OPEN (endereço I:1/00) a porta deve abrir até o final do seu curso;
  • O mesmo deve ocorrer para o comando STOP;
  • Enquanto a porta estiver em trânsito para abrir o comando de fechar deve ser inibido pela programação e o mesmo deve ocorrer quando estiver fechando;
  • Com o comando STOP a porta deve parar em qualquer ponto de seu curso;
  • As luzes entreaberta, aberta e fechada devem ser atuadas de acordo com o status da porta.
        Após a criação do Ladder clique no combobox Download to PLC e passe para Online. Com o sistema online já se pode fazer as simulações e testar a lógica. Se for necessário editar alguma coisa marque a opção PMG, ao terminar repita o processo de download e coloque a cpu em run.

        Segue abaixo minha solução de Ladder para esse desafio:


Download - Arquivo fonte do desafio 1 desenvolvido por mim.

Download - Arquivo fonte do desafio 1 enviado pelo Tiago Santos. Obrigado pela contribuição Tiago!

        Se você também quiser enviar sua solução basta entrar em contato.

        Bom pessoal, por enquanto é isso. Em breve postarei a solução para o Desafio 2, o Silo Simulator. Em caso de dúvidas ou sugestões envie um comentário no blog que responderei assim que for possível. 

Siga-me no Twitter: @marcio_frisso

Perfil no linkedin: http://br.linkedin.com/pub/m%C3%A1rcio-frisso/33/aa2/a0a
 

sábado, 15 de outubro de 2011

Fieldbus Foundation - Parte 4

3.3.9        Cabos

De acordo com os requisitos da norma ISA-S50.02, o cabo utilizado para ligar equipamentos Fieldbus com o modo de voltagem de 31,25 Kbit/s pode ser um simples par de fios trançados com a sua blindagem atendendo os seguintes requisitos mínimos (a 25 ºC):

a) Z0 em fr (31,25 KHz) = 100 Ω±  20%;
b) Atenuação máxima em 1,25 fr (39 KHz) = 3.0 dB/Km;
c) Máxima capacitância não balanceada da blindagem = 2 nF/Km;
d) Resistência DC máxima (por condutor) = 22 Ω/Km;
e) Atraso máximo de propagação entre 0,25 fr e 1,25 fr = 1.7 µs/Km;
f) Área seccional do condutor (bitola) = nominal 0,8 mm2 (#18 AWG);
g) Cobertura mínima da blindagem deverá ser maior ou igual a 90%.

O cabo tipo A se enquadra nas especificações para novas instalações de cabos Fieldbus. A maioria dos cabos utilizados para o sistema 4-20 mA podem ser classificados como tipos B, C e D. Estes tipos (B, C e D) não são considerados ideais para a comunicação Fieldbus. As distâncias listadas para os tipos B, C e D são apenas estimativas baseadas em cabos instalados.
A tabela I a seguir mostra os tipos de cabo com seus respectivos comprimentos máximos:

Tipo
Descrição
Bitola
Comp. Máximo (m)
A
Par trançado com blindagem
#18AWG
1900
B
Multi-pares trançados com blindagem
#22AWG
1200
C
Multi-pares trançados sem blindagem
#26AWG
400
D
Múltiplos condutores sem blindagem
#16AWG
200
Tabela I – Tipos de cabos em FF

A figura 3-16 mostra um cabo tipo A adequado para rede Fieldbus.

Figura 3-16 – Cabo tipo A

As regras de aterramento para um sistema Fieldbus devem ser utilizadas em conformidade com a instalação e manutenção do nível físico que seguem práticas padrões de corrente baseadas na empresa, padrões de plantas e padrões internacionais. Em locais onde os instrumentos sofrem interferências eletromagnéticas a carcaça dos instrumentos deverão ser aterradas. Porém, o aterramento da carcaça jamais deverá ocorrer através do shield do cabo da rede;
Não se deve conectar ao terra nenhum dos condutores do par trançado em nenhum ponto da rede pois isto provocaria a perda da comunicação entre os equipamentos deste barramento cujo condutor fosse aterrado.
O shield (blindagem) do cabo FILEDBUS é, por prática padrão, aterrado em apenas uma de suas pontas ao longo do cabo e não deve ser utilizado como condutor de energia.
O meio (par trançado) deve indicar a polaridade e a esta deve ser mantida em todos os pontos de conexão.
Os cabos Fieldbus deverão sempre ser lançados através de estruturas que contenham apenas cabos de rede ou de sinal e distante de cabos de potência ou qualquer fonte de ruídos eletromagnéticos.


3.3.10        Conectores

Os conectores são dispositivos opcionais que são muito utilizados em instalações onde os equipamentos devem ser periodicamente desconectados e/ou movidos, e poderia ser utilizado em uma conveniente conexão de um equipamento temporário num determinado local. A maioria dos projetos de redes Fieldbus, por questão de redução de custos, prevê o uso de cabos comuns onde suas pontas serão decapadas, prensados terminais e então os cabos serão instalados nas borneiras dos instrumentos, caixas de junção, terminadores e outros dispositivos da rede.
Os conectores Fieldbus devem seguir as especificações da  IEC/ISA Phisical Layer Standard. A figura 3-17 mostra conectores de cabos pré-montados e derivações.



Figura 3-17 – Cabos pré-montados de derivações para rede Fieldbus

Para casos onde será feito um spur, uma maneira prática e de baixo custo de realizar este  tipo de conexão é através destas derivações, ao invés de usar as caixas de derivação. As caixas de derivação ocupam um espaço muito grande, têm um custo elevado e normalmente é necessário fabricar suportes para sua fixação, o que torna sua instalação ainda mais trabalhosa e custosa. A instalação de derivações pode ser feita na própria bandeja ou eletrocalha enquanto que a caixa de derivação deve ser instalada em local aparente e de fácil acesso.

3.3.11        Caixas de Junção ou Derivação

Toda derivação realizada na rede Fieldbus deve ser feita através de conectores (“T”, “Y” e outros) ou mais comumente através de caixas de derivação. As caixas de derivação são elementos passivos, que simplesmente permite a derivação dos cabos de forma organizada, segura e prática.
Existem caixas de junção com conectores de engate rápido, já mencionada anteriormente, caixas com  borneiras de diversos tipos (aparafusadas, prensada por mola, pino para soldagem e outros) ou ainda caixas de junção que possui proteção contra curto-circuito e led de diagnóstico de rede energizada. A figura 3-18 mostra algumas caixas de derivação, que se diferem pela quantidade de spurs que podem ser conectados às mesmas.

Figura 3-18 – Caixas de junção

Não se deve conectar dois cabos num mesmo borne ou passar dois cabos num mesmo prensa cabos numa caixa de derivação. Deve-se sempre utilizar caixas de derivação que possuem bornes para interligação das blindagens dos cabos.
As caixa de junção e instrumentos deverão ficar bem vedados e em local com ausência de umidade. Os prensa cabos dos mesmos deverão ficar sempre na horizontal ou virados para baixo, de forma a dificultar a entrada de água no instrumento através do cabo.

3.3.12        Host Devices

O “Host Device” é um equipamento ligado ao sistema Fieldbus com o qual pode-se configurar, monitorar e interagir com o processo sem a necessidade de se permanecer no campo. Pode ser um SDCD (Sistema Digital de Controle Distribuído), um sistema SCADA ou um microcomputador da linha PC.

3.3.13        Repetidores

É um equipamento utilizado para estender um segmento Fieldbus. Podem ser utilizados no máximo 4 repetidores entre quaisquer 2 equipamentos num segmento Fieldbus. Utilizando 4 repetidores, a máxima distância entre quaisquer 2 equipamentos num segmento é de 9.500 metros, como mostra a figura 3-19.

Figura 3-19 – Distribuição de repeditores Fieldbus

3.3.14        Bridge

É um equipamento utilizado para conectar segmentos Fieldbus de diferentes velocidades (e/ou níveis físicos como fios, fibras ópticas, rádio, etc.) a fim de formar uma extensa rede como mostra a figura 3-20.

 
Figura 3-20 – Aplicação de bridge em FF

3.3.15        Gateway

É um utilizado para conectar um ou mais segmentos em outros tipos de protocolos de comunicação como Ethernet, RS232, MODBUS, etc.

Bom meus amigos, por enquanto é só, aguardem a próxima postagem com a continuação desse tema e comentem e compartilhem com seus amigos. Siga-me no Twitter @marcio_frisso .Segue abaixo as referências desse assunto:

  1. www.fieldbus.org – Site da Fieldbus Foundation
  2. www.smar.com.br – Fabricante de Equipamentos Fieldbus
  3. www.sense.com.br – Fabricante de Caixas de Junção
  4. www.poliron.com.br – Fabricante de Cabos
  5. Norma ANSI/ISA – S50.02
  6. Borges, Johny de Freitas, Redes Industriais de Comunicação, 2008.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Fieldbus Foundation - Parte 3

3.3  ARQUITETURA DO SISTEMA

A arquitetura do sistema de controle Fieldbus é composta de vários componentes essenciais e opcionais de acordo com a aplicação. Nesta sessão apresentaremos os principais componentes de um sistema Fieldbus.

3.3.1        Rack

Possui n slots para conectar os diversos dispositivos do sistema de controle como processadores, fontes, I/Os, entre outros. Alguns racks possuem suporte a Hot Swap e diagnóstico. A Figura 3-7 mostra os componentes de um rack.


Figura 3-7 – Componentes de um rack

A -Emenda do Rack - Ao montar mais de um rack em um mesmo trilho DIN, use a emenda do rack para prender um  rack a outro. O uso da emenda dará mais firmeza ao conjunto e possibilitará a conexão do terra digital (K);

B - Jumper W1 - Quando conectado, permite que o  rack seja alimentado pela fonte DC do  rack precedente;

C - Lingüeta – Encaixe localizado na parte superior do rack;

D - Trilho DIN – Base para fixação do rack. Deve estar firmemente fixado ao local de montagem do rack;

E - Conector do Flat Cable Superior – Permite que dois  racks sejam interligados através do  flat cable (J). Quando existir mais de um rack em um mesmo trilho DIN, deve-se usar um flat cable (J) ligado ao conector do Flat Cable Inferior (I) e Superior (E), para interligar os racks;

F - Conector do Módulo – Encaixe inferior do módulo ao rack;

G - Chave para Endereçamento – Quando houver mais de um rack em um mesmo barramento, as chaves de endereçamento permitem que seja atribuído um endereço distinto para cada rack;

H - Presilhas Metálicas - As presilhas metálicas, situadas na parte inferior do rack, permitem a fixação desse no trilho DIN. Devem ser puxadas antes de se encaixar o rack no trilho DIN e depois empurradas para a fixação das peças;

I - Conector do  Flat Cable Inferior - Permite que dois  racks sejam interligados através do  flat cable (J). Quando existir mais de um rack em um mesmo trilho DIN, deve-se usar um flat cable (J) ligado ao conector do Flat Cable (I) e (E), para interligar os racks;

J - Flat Cable - Cabo usado para conexão do barramento de dados entre os racks;

K - Terra Digital - Quando houver mais de um rack em um mesmo trilho DIN, a conexão entre os terras digitais (K) deve ser reforçada através do encaixe metálico apropriado;

Embora os racks sejam conectados por flat cables para transporte de sinal e alimentação, é possível que ocorra degradação do nível do sinal de terra para aplicações que utilizem vários módulos. Uma solução para manter o sinal de terra estável e o sistema mais imune a ruídos elétricos é a adição de um cabo extra entre os racks. Esses cabos devem seguir o caminho do flat cable. Os fios devem ser reforçados e possuir bitola de pelo menos 18 AWG. A Figura 3-8 ilustra o aterramento entre racks não adjacentes, já a Figura 3-9 mostra aterramento de racks adjacentes.


Figura 3-8 – Aterramento em racks não adjacentes


Figura 3-9 – Aterramento em racks adjacentes


3.3.2        Fonte para Backplane

Esta fonte é responsável por alimentar o backplane dos racks. As fontes de alimentação podem trabalhar de forma independente ou em conjunto com outro módulo fonte de alimentação redundante, para garantir um fornecimento constante de energia para a aplicação.
Quando duas fontes de alimentação são usadas em redundância, no caso de falha de uma delas, a outra assume automaticamente o fornecimento de potência. Cada fonte de alimentação apresenta um relé para indicar possíveis falhas, proporcionando ao usuário a substituição da fonte danificada.
Uma vez que a potência disponível da fonte de alimentação é limitada, é necessário calcular a potência consumida pelos módulos em utilização. Uma maneira de fazer isto é construir uma planilha para resumir todas as correntes fornecidas e necessárias por módulo e equipamentos associados (tais como interfaces). 
A Figura 3-10 ilustra uma fonte de alimentação de backplane.
 

Figura 3-10 – Fonte de alimentação para backplane

3.3.3        Fonte de Alimentação para Fieldbus

Esta fonte é responsável por fornecer alimentação 24Vcc os canais H1 da rede Fieldbus através do módulo de impedância de rede. Estas fontes geralmente contam com proteção contra sobrecorrente e curto-circuito e, também, indicação de falha, apropriada para alimentar os elementos do Fieldbus. A figura 3-11 ilustra uma fonte de alimentação para Fieldbus.


Figura 3-11 – Fonte de alimentação para Fieldbus


3.3.4        Impedância para Fieldbus

A função desta impedância é implementar um circuito de saída no qual a impedância seja maior que 3 KΩ e, em paralelo com dois terminadores de 100 Ω ± 2% cada, resulte em uma impedância de linha de aproximadamente 100 Ω atendendo a norma para redes Fieldbus. A figura 3-12 apresenta um diagrama de blocos da interligação desse módulo. Neste caso utilizou-se uma redundância de fontes para rede Fieldbus e de impedância.


Figura 3-12 – Diagrama de blocos de interligação do módulo de impedância




3.3.5        Processador de Rede Fieldbus

Combina poderosos recursos de comunicação, com acesso direto a entradas e saídas e controle avançado para aplicações contínuas e discretas. Com seu conceito modular, pode ser localizado dentro de painéis na sala de controle, ou caixas seladas no campo. Altamente expansível ele pode ser utilizado em pequenos sistemas ou plantas altamente complexos.
Pode funciona como bridge H1-H1, H1-HSE(HIGH SPEED ETHERNET) ou H1 HSE-H1, e também como mestre dos barramentos H1, gerenciando a comunicação em cada canal como LAS (Link Active Scheduler), conforme figura 3-13.


Figura 3-13 – Processador Fieldbus

3.3.6        Terminadores de Rede

A principal função de um terminador é evitar reflexão do sinal de transmissão. As terminações são usadas para casar a impedância de um nó com a impedância da linha de transmissão usada. Quando não há casamento de impedância, o sinal transmitido não é completamente absorvido pela carga e a porção não absorvida é refletida de volta a linha de transmissão. Se a fonte, linha de transmissão e carga têm a mesma impedância, essas reflexões são eliminadas. Os terminadores devem ser instalados sempre no início e no final de cada barramento. A figura 3-14 mostra um terminador Fieldbus.


Figura 3-14 – Terminador Fieldbus

Não é recomendável colocar o terminador interligado a borneira de um dispositivo de campo e no interior de seu invólucro. Quando houver necessidade de manutenção do dispositivo, o terminador poderá ser retirado da rede (mesmo que sem intenção) e provocar perda de comunicação. Deve-se sempre usar caixas de derivação para instalação dos terminadores.

3.3.7        Barreiras de Segurança Intrínseca

Uma explosão pode ocorrer quando se tem energia na forma de calor ou eletricidade, e estas adicionadas a uma mistura de vapores inflamáveis, poeiras ou fibras. As práticas de projeto inicialmente previam o uso de métodos como : caixas e invólucros a prova de explosão, invólucros com pressurização ou purga, encapsulamento em resina epoxy, imersão em óleo, preenchimento de dutos ou canaletas de passagem com talco ou areia, entre outros. Depois da Segunda Guerra Mundial tivemos o surgimento da tecnologia das Barreiras de Segurança Intrínseca, que tem por objetivo limitar a energia nos circuitos elétricos do equipamento, fazendo com que os mesmos não apresentem energia suficiente com capacidade de causar a ignição de atmosferas potencialmente explosivas mesmo nas ocorrências de falhas que venham a ocasionar centelhas ou superfícies aquecidas que estejam em contato com a atmosfera potencialmente explosiva.
A ignição de materiais inflamáveis é caracterizada por dois parâmetros não relacionados: a mínima quantidade de energia de ignição de faiscamento necessária para criar uma explosão no gás inflamável especificado, e a mínima temperatura de uma superfície aquecida que terá o mesmo efeito. A norma ANSI/ISA – S50.02 – 1992 estabelece que se pode conectar de um até quatro instrumentos (depois das Barreiras de Segurança Intrínsecas) nas áreas perigosas e mais dois equipamentos nas áreas seguras no mesmo barramento.
A figura 3-15 ilustra um exemplo de instalação de barreira de segurança intrínseca para redes Fieldbus.


Figura 3-15 - Instalação de barreira de segurança intrínseca para redes Fieldbus


3.3.8        Outros Módulos

Na arquitetura de um sistema Fieldbus também pode conter outros módulos de acordo com a aplicação como:

  • Interface RS-232 / 485
  • Switch Ethernet 10/100 Mbps
  • Módulos de E/S digitais e analógicos
           Bom meus amigos, por enquanto é só, aguardem a próxima postagem com a continuação desse tema e comentem e compartilhem com seus amigos. Segue abaixo as referências desse assunto:

  1. www.fieldbus.org – Site da Fieldbus Foundation
  2. www.smar.com.br – Fabricante de Equipamentos Fieldbus
  3. www.sense.com.br – Fabricante de Caixas de Junção
  4. www.poliron.com.br – Fabricante de Cabos
  5. Norma ANSI/ISA – S50.02
  6. Borges, Johny de Freitas, Redes Industriais de Comunicação, 2008.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Fieldbus Foundation - Parte 2

3.      DETALHANDO UM PROJETO COM REDE FIELDBUS FOUNDATION


3.1  TOPOLOGIAS

Várias topologias podem ser aplicadas em projetos Fieldbus. A seguir iremos detalhar quatro topologias mais utilizadas nas redes industriais:

3.1.1        Barramento com Spur

Nesta topologia utiliza-se um barramento único (trunk) onde equipamentos ou barramentos secundários (spurs) são conectados diretamente a ele. Podem-se ter ainda vários equipamentos diferentes em cada spur. A figura 3-1 ilustra esse tipo de topologia.


Figura 3-1 - Topologia de barramento com spur

3.1.2        Ponto a Ponto

Nesta topologia tem-se a ligação em série de todos os equipamentos utilizados na aplicação conforme ilustra a figura 3-2. O cabo Fieldbus é roteado de equipamento para equipamento neste seguimento e é interconectado nos terminais de cada equipamento Fieldbus. As instalações que utilizam esta topologia devem usar conectores de forma que a desconexão de um simples equipamento não interrompa a continuidade do segmento.


Figura 3-2 - Topologia ponto a ponto

3.1.3        Árvore

A topologia em árvore concentra em acopladores/caixas de junção a ligação de vários equipamentos. Devido a sua distribuição, esta topologia é conhecida também como “Pé de Galinha”. A figura 3-3 ilustra esse tipo de topologia.


Figura 3-3 – Topologia em árvore

3.1.4        End-toEnd

Esta topologia é utilizada quando se conecta diretamente apenas dois equipamentos. Esta ligação pode estar inteiramente no campo (um transmissor e uma válvula sem nenhum outro equipamento conectado) ou pode ligar um equipamento de campo (um transmissor) ao “Device Host”.  A figura 3-4 ilustra esse tipo de topologia.


Figura 3-4 – Topologia end-to-end

3.1.5        Mista


Nesta configuração encontram-se as três topologias mais comumente utilizadas ligadas entre si. Deve-se observar, no entanto, o comprimento máximo do segmento que deve incluir o comprimento dos spurs no comprimento total. A figura 3-5 ilustra esse tipo de topologia.


Figura 3-5 – Topologia mista


3.2  BARRAMENTO H1 X HSE

A rede Fieldbus pode transmitir dados em dois tipos de barramentos, H1 ou HSE (High Speed Ethernet).

H1 é um barramento de baixo custo utilizado para ligar equipamentos de baixo nível que operam com velocidades mais baixas como sensores, atuadores e transmissores. A velocidade de transmissão no nível H1 é de 31,25 kbits/s, limitando a quantidade de dispositivos por segmento. Geralmente utiliza-se no máximo de 10 a 12 dispositivos.

HSE é um barramento de maior custo, geralmente utilizado para interligar segmentos H1 em longas distâncias através de um gateway ou transmitir as informações do campo para um CLP ou sistema supervisório. HSE atua sobre ethernet, normalmente a 100Mpbs trafegando grande quantidade de informações.

A figura 3-6 ilustra a integração entre redes H1 e HSE.


Figura 3-6 – Interligação entre redes H1 e HSE

Bom meus amigos, por enquanto é só, aguardem a próxima postagem com a continuação desse tema e comentem e compartilhem com seus amigos. Segue abaixo as referências desse assunto:

  1. www.fieldbus.org – Site da Fieldbus Foundation
  2. www.smar.com.br – Fabricante de Equipamentos Fieldbus
  3. www.sense.com.br – Fabricante de Caixas de Junção
  4. www.poliron.com.br – Fabricante de Cabos
  5. Norma ANSI/ISA – S50.02
  6. Borges, Johny de Freitas, Redes Industriais de Comunicação, 2008.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Fieldbus Foundation - Parte 1

1.      INTRODUÇÃO

Fieldbus FOUNDATION™ (FF) é uma arquitetura aberta para integrar informação, cujo objetivo principal é interconectar equipamentos de controle e automação industrial, distribuindo as funções de controle pela rede e fornecendo informação a todas as camadas do sistema.

A tecnologia FF substitui com vantagens a tradicional tecnologia 4-20mA + HART, possibilitando a comunicação bidirecional entre os equipamentos de forma mais eficiente.  Esta tecnologia vai muito além de um protocolo de comunicação digital ou uma rede local para instrumentos de campo. Ela engloba diversas tecnologias, tais como processamento distribuído, diagnóstico avançado e redundância. Um sistema FF é heterogêneo e distribuído, composto por equipamentos de campo, softwares de configuração e supervisão, interfaces de comunicação, fontes de alimentação e pela própria rede física que os interconecta.  

Uma das funções dos equipamentos de campo é executar a aplicação de controle e supervisão do usuário que foi distribuída pela rede. Essa é a grande diferença entre FF e outras tecnologias, que dependem de um controlador central para executar os algoritmos. 

Comparado a outros sistemas, FF permite o acesso a muitas variáveis, não só relativas ao processo, mas também do diagnóstico dos sensores e atuadores, dos componentes eletrônicos, degradação de performance, entre  outras. Além disso, há outras características marcantes:

  • Segurança intrínseca para uso em áreas perigosas, com alimentação e comunicação pelo mesmo par de fios;
  • Topologia em barramento ou em árvore, com suporte a múltiplos mestres no barramento de comunicação;
  • Distribuição das funções de controle entre os equipamentos (controle distribuído);
  • Interfaces padronizadas entre os equipamentos, o que facilita a interoperabilidade;
  • Modelamento de aplicações usando linguagem de blocos funcionais.
  • Gerenciamento de ativos.
  • Entre outros.


2.      NÍVEIS DE REDE

A opção pela implementação de sistemas de controle baseados em redes, requer um estudo para determinar qual o tipo de rede que possui as maiores vantagens de implementação ao usuário final, que deve buscar uma plataforma de aplicação compatível com o maior número de equipamentos possíveis. Surge daí a opção pela utilização de arquiteturas de sistemas abertos que, ao contrário das arquiteturas proprietárias onde apenas um fabricante lança produtos compatíveis com a sua própria arquitetura de rede, o usuário pode encontrar em mais de um fabricante a solução para os seus problemas. Além disso, muitas redes abertas possuem organizações de usuários que podem fornecer informações e possibilitar trocas de experiências a respeito dos diversos problemas de funcionamento de uma rede.
Redes industriais são padronizadas sobre 3 níveis de hierarquias cada qual responsável pela conexão de diferentes tipos de equipamentos com suas próprias características conforme pode ser visto na figura 2-1.


Figura 2-1 – Níveis de hierarquia de redes industriais

O nível mais alto, nível de informação da rede, é destinado a um computador central que processa o escalonamento da produção da planta e permite operações de monitoramento estatístico da planta, sendo implementado, geralmente, por softwares gerenciais auxiliando os gestores nas tomadas de decisões. O padrão Ethernet operando com o protocolo TCP/IP é o mais comumente utilizado neste nível.

O nível intermediário, nível de controle da rede, é a rede central localizada na planta incorporando PLCs, SDCDs e PCs. A informação deve trafegar neste nível em tempo real para garantir a atualização dos dados nos softwares que realizam a supervisão da aplicação.

O nível mais baixo, nível de controle discreto, se refere geralmente às ligações físicas da rede ou o nível de I/O. Este nível de rede conecta os equipamentos de baixo nível entre as partes físicas e de controle. Neste nível encontram-se os sensores discretos, contatores e blocos de I/O.

As redes de equipamentos são classificadas pelo tipo de equipamento conectado a elas e o tipo de dados que trafega pela rede. Os dados podem ser bits, bytes ou blocos. As redes com dados em formato de bits transmitem sinais discretos contendo simples condições ON/OFF. As redes com dados no formato de byte podem conter pacotes de informações discretas e/ou analógicas e as redes com dados em formato de bloco são capazes de transmitir pacotes de informação de tamanhos variáveis. Assim, classificam-se as redes quanto ao tipo de rede de equipamento e os dados que ela transporta como:

  • Rede Sensorbus - dados no formato de bits
  • Rede Devicebus - dados no formato de bytes
  • Rede Fieldbus - dados no formato de pacotes de mensagens
A figura 2-2 ilustra a classificação das redes de equipamentos.


Figura 2-2 – Classificação das redes de equipamentos

A rede sensorbus conecta equipamentos simples e pequenos diretamente à rede. Os equipamentos deste tipo de rede necessitam de comunicação rápida em níveis discretos e são tipicamente sensores e atuadores de baixo custo. Estas redes não almejam cobrir grandes distâncias, sua principal preocupação é manter os custos de conexão tão baixos quanto for possível. Exemplos típicos de rede sensorbus incluem Seriplex, ASI e INTERBUS Loop.

A rede devicebus preenche o espaço entre redes sensorbus e Fieldbus, podendo cobrir distâncias de até 500m. Os equipamentos conectados a esta rede terão mais pontos discretos, alguns dados analógicos ou uma mistura de ambos. Além disso, algumas destas redes permitem a transferência de blocos em uma menor prioridade comparada aos dados no formato de bytes. Esta rede tem os mesmos requisitos de transferência rápida de dados da rede de sensorbus, mas consegue gerenciar mais equipamentos e dados. Alguns exemplos de redes deste tipo são DeviceNet, Smart Distributed System (SDS), ProfibusDP, LONWorks e INTERBUS-S.

A rede Fieldbus interliga os equipamentos de I/O mais inteligentes e pode cobrir distâncias maiores. Os equipamentos acoplados à rede possuem inteligência para desempenhar funções específicas de controle tais como loops PID, controle de fluxo de informações e processos. Os tempos de transferência podem ser longos, mas a rede deve ser capaz de comunicar-se por vários tipos de dados (discreto, analógico, parâmetros, programas e informações do usuário). Exemplos de redes Fieldbus incluem IEC/ISA SP50, Fieldbus Foundation, Profibus PA e HART.

Fieldbus é um sistema de comunicação digital bidirecional que permite a interligação em rede de múltiplos instrumentos diretamente no campo realizando funções de controle e monitoração de processo e estações de operação (IHM) através de softwares supervisórios conforme pode ser visto na figura 2-3.


Figura 2-3 – Comunicação bidirecional da rede Fieldbus

Nosso estudo será baseado no protocolo Fieldbus elaborado pela Fieldbus FOUNDATION™ (FF) e normatizado pela ISA – The International Society for Measurement and Control para automação de Plantas de Processos. 

Bom meus amigos, por enquanto é só, aguardem a próxima postagem com a continuação desse tema e comentem e compartilhem com seus amigos. Segue abaixo as referências desse assunto:

  1. www.fieldbus.org – Site da Fieldbus Foundation
  2. www.smar.com.br – Fabricante de Equipamentos Fieldbus
  3. www.sense.com.br – Fabricante de Caixas de Junção
  4. www.poliron.com.br – Fabricante de Cabos
  5. Norma ANSI/ISA – S50.02
  6. Borges, Johny de Freitas, Redes Industriais de Comunicação, 2008.